sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A Dualidade Complementar do UNO

Shiva é silêncio. Shakti é poder. Shiva é criatividade. Shakti é criação.Shiva é amor. Shakti é amar. Essas qualidades não são opostos, mas complementos. O que é uma descrição perfeita do Matrimônio Sagrado. Quando duas Energias Cósmicas: Shiva e Shakti estão conectadas, o Fluxo da Paixão faz surgir um Potencial Criativo Ilimitado. O Lado Apaixonado de Deus é Shakti, a Deusa. A Paixão foi o Presente que ela trouxe quando se casou com Shiva, também é o Dom que as Mulheres levam aos Homens hoje. O Princípio Feminino é desejável pela própria natureza. Anima a consciência com excitação e desejo, funde os opostos na união. Transforma o Caos numa Dança.Você tem o direito de nascença, de ser essa paixão.

terça-feira, 26 de outubro de 2010







POESIA KARIRI-XOCÓ



Minha aldeia é bela
Muito boa de se viver
Tem rio e mata
E alegria pode crê
Se fosse mais apoiada
Seria lindo de se ver

Tem muita cultura
Tem tradfição de verdade
Tem o rio São Francisco
Que é a nossa felicidade
Que nos dá vida
Alegria e coragem

Nossa mata e bela
Precisa ser cuidada
Para não acabar
Nem ser matada
Por pessoas más
Não pode ser maltratada

Eu não posso deixar
O lixo aqui nascer
Precisamos nos ajudar
Para assim, melhor viver
E limpar a aldéia
De verdade, pode crê

Se ela fosse
Mais apoiada
Seria muito bom
De ser cuidada
E todos eram felizes
Com problemas de nada

Mais tudo segue
E só posso pedir
Que ajude a tribo
A melhorar e seguir
Para um futuro próximo
E todos serem feliz

autor: Yassury Santos

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O Maracá no contexto indígena

Faz-se necessário para o estudo do Maracá descobrir mais acerca da palavra. Segundo o dicionário Aurélio maracá seria:

1. Instrumento chocalhante que era usado pelos índios nas solenidades religiosas e guerreiras; bapo, maracaxá, xuatê.

2. Chocalho que acompanha certas músicas e danças populares, como, p. ex., o samba e o baião.

3. Chocalho que serve de brinquedo às crianças.

Seguindo a primeira hipótese buscamos na literatura clássica sobre xamanismo citações sobre o uso do maracá entre os indígenas. E encontramos citações bem interessantes, entre elas:

“Embora a indumentária ritual seja bastante rara na América do Sul, certos acessórios do feiticeiro fazem as suas vezes; entre eles podemos citar o maracá, chocalho, feito de cabaça em cujo interior há grãos ou pedrinhas, sendo munido de um cabo. Esse instrumento é considerado sagrado, e os tupinambás chegam afazer-lhe oferendas de alimentos.” (A. Metraux apud. Eliade, 1951)

Além dessa citação, no livro "O Xamanismo e As Técnicas Arcaicas do Êxtase" de Mircea Eliade, encontrasse uma outra menção ao maracá. Está citação faz, para os indígenas, um paralelo do maracá com o universo, isto é, dentro da cabaça do maracá estaria contido um universo.

"Se o tambor é o instrumento do xamanismo na Sibéria e na América do Norte, na América do Sul é quase totalmente substituído pelas maracás. Tal como o tambor siberiano, que se diz ser feito da árvore do mundo, também o cabo da maracá sul-americana simboliza esta árvore, ao passo que o volume oco do instrumento propriamente dito simboliza o cosmo. As sementes, cristais ou seixos contidos no seu interior são os espíritos e as almas dos ancestrais. A agitação da maracá torna os espíritos ativos, que então passam a prestar assistência ao xamã." (Eliade 1951)

Em seu estudo sobre as origens incas do culto a ayahuasca o pesquisador Eduardo Bayer em seu livro "O Verdadeiro Inka", traz um relato deveras interessante, pois em seu segundo anexo trata da tradução de um texto conhecido como "Historia do Futuro" escrito pelo Padre Antônio Vieira e a partir dele traça um paralelo entre o uso indígena da ayahuasca com a posterior cristianização da bebida através de Raimundo Irineu Serra. No entanto o que nos importa aqui são os trechos do documento de Pd. Antônio Vieira em que trata do maracá. Reproduzindo na integra o dialogo entre a tradução de Bayer e os escritos de Vieira segue:

"... Para inteligência do verdadeiro entendimento deste texto ou enigma, se há de supor que a palavra latina cymbalum, com que significamos os nossos sinos de metal, significa também qualquer instrumento com que se faz som e estrondo; e tais eram os címbalos de que usavam antigamente os Gentios, que se chamavam por nomes particulares sistros, crótalos, ou crepitáculos e por nome geral címbalos. (...) Também se há de supor que os Maranhões usavam de uns instrumentos que chamavam maracás, não de metal, porque o não tinham, senão de cabaços ou cocos grandes, dentro dos quais metiam seixos ou caroços de várias frutas, duros e acomodados a fazer muito estrondo e ruído, servindo-se dás menores nas festas e nos bailes e dos maiores nas guerras. Estes maracás eram propriamente os seus címbalos ou sinos, tanto assim que, depois que viram os sinos de que nos usamos, lhes chamam itamaracás, que quer dizer, maracás ou sinos de metal.

(...) As maiores embarcações dos Maranhões chamam-se maracatim, derivado o nome da palavra maracá, que como dissemos, significa entre eles sino e a razão de darem este nome às suas maiores embarcações era porque, quando iam às batalhas navais, quais eram ordinariamente as suas, punham na proa um destes rnaracás muito grandes, atados aos gurupés ou paus compridos; e bulindo de indústria com eles, além do movimento natural das canoas e dos remeiros, faziam um estrondo barbaramente bélico e horrível; e porque a proa da canoa se chama tim, tirada a metáfora do nariz dos homens ou do bico das aves, que têm o mesmo nome, e juntando a palavra tim com a palavra maracá, chamavam àquelas canoas ou embarcações maiores maracatim, e este nome usam até hoje, e com ele nomeiam os nossos navios.

[...] Digo, pois, que fala o texto de verdadeiras asas de aves. Como aqueles gentios não tecem, nem têm panos, é grande entre eles o uso das penas pela formosura das cores com que a natureza vestiu os pássaros, e particularmente o chamado guará, de que há infinita quantidade, grandes e todos vermelhos, sem mistura de outra cor; destas penas se enfeitam quando se querem pôr bizarros, e principalmente quando vão à guerra, ornando com elas todo o gênero de armas, porque não só levam empenadas as setas, senão também os arcos e rodelas, e as partasanas de pau e pedra que chamam fanga-penas e quando a guerra era naval, empavesavam-se as canoas com asas vermelhas dos guarás, e as mesmas levavam penduradas dos gurupés e maracás das proas; e por isto o Profeta diz que todas estas cousas via e notava como tão novas: chamou as lanças sinos e sinos com asas: Navium alis, cymbalo alarum”. (Bayer Neto, 2003)

Ainda no texto de Bayer encontramos uma passagem interessante quando este cita José Francisco Rocha Pombo que em seu livro Historia do Brasil (Ilustrada) traz uma passagem sobre o maracá.

" Rocha Pombo faz referência de que o Tapuia mais puro teria sido aquele que os portugueses encontraram em Porto Seguro depois da Páscoa de 1500, e declara: “Entre os Tapuias, uma tribo poderosa toma o nome de Maracá e é sem dúvida a nação sagrada: pois um precioso manuscrito da Biblioteca Real que atribuo a Gabriel Soares a coloca nas imediações de São Salvador, privilegiada região que parece ter sido outrora a metrópole selvagem destas nações indianas. Sirva de instrumento para guiar as danças guerreiras, ou represente a divindade, o que é certo é que o nome de maracá se acha. mais ou menos alterado, em grandes números de denominações indígenas. Entre os Tupis, que seguramente o tinham tomado aos Tapuias, era o maracá de um uso menos misterioso e mais geral: era uma simples cabaça (porungo) oval, ornada de penas vermelhas e azuis de arara. Um cabo ornado a atravessava, e agitando-a, o índio fazia retinir na cabaça os grãos (de milho ou de feijão) que lhe punha dentro. Sem arriscar uma hipótese inverossímil, pode bem ser que este fosse destinado a recordar simbolicamente o ruído do trovão, que todos estes povos reverenciavam” (Rocha Pombo). O que se sabe é que o maracá foi o tabernáculo das mais antigas tribos brasileiras, através do qual os indivíduos abriam um espaço ritual para a comunicação com seus deuses, sendo por isso venerado com o respeito devido a um objeto sagrado.

Maracá pode até ter sido o nome original deste continente meridional, que de Amaracá na expressão indígena, segundo Rocha Pombo..." (Bayer Neto 2003)

Como se não bastassem por si só estes trechos para ilustrar a importância que tem o maracá em seu contexto indígena podemos lembrar ainda, que além da tribo Maracá citada por Rocha Pombo, existe ainda um ritual xamanístico entre os Asuriní do Xingu com o nome de Maraká. Este ritual foi estudado pela pesquisadora Regina Polo Müller da UNICAMP e seu texto faz parte da coletânea "Xamanismo no Brasil" lançada pela editora da UFSC.

Apesar do que se esperava no ritual Maraká dos Asuriní, não se usa o maraká, pois "o meio físico através do qual se desencadeia a metamorfose" do xamã da condição humana para a sobrenatural é a fumaça do charuto de tabaco chamado petym. No entanto este ritual tem características similares a "pajelança" de demais grupos indígenas através da representação da doença e do uso de danças e cantos nos seus ritos.

segunda-feira, 12 de abril de 2010







'FORÇA DAS MATAS''

''PAZ COM A MÃE TERRA''
Deveríamos ser o coração e a mente da Terra!Então paremos de pensar somente nas necessidades da humanidade, e enxergamos que ferimos a Terra e precisamos fazer as pazes com ela. Precisamos fazer isso enquanto somos fortes o bastante para negociar e não uma turba esfacelada liderada por senhores de guerras brutais. Precisamos lembrar que somos parte dela, e que ela é de fato nosso lar".



SEMEADORES DO BEM