sábado, 28 de maio de 2011

Peço Demissão!!






Venho por meio desta, apresentar oficialmente meu pedido de demissão da categoria dos adultos.

Resolvi que quero voltar a ter as responsabilidades e as idéias de uma criança de 8 anos no máximo.
Quero acreditar que o mundo é justo e que todas as pessoas são honestas e boas.
Quero acreditar que tudo é possível.
Quero que as complexidades da vida passem despercebidas por mim e quero ficar encantado com as pequenas maravilhas deste mundo.
Quero de volta uma vida simples e sem complicações. Cansei dos dias cheios de computadores que falham, montanha de papelada, notícias deprimentes, contas a pagar, fofocas, doenças e necessidade de atribuir um valor monetário a tudo o que existe.
Não quero mais ter que inventar jeitos para fazer o dinheiro chegar até o dia do próximo pagamento.
Não quero mais ser obrigado a dizer adeus a pessoas queridas e, com elas, a uma parte da minha vida.
Quero ter a certeza de que Deus está no céu, e de que por isso, tudo está direitinho nesse mundo.
Quero viajar ao redor do mundo no barquinho de papel que vou navegar numa poça deixada pela chuva.
Quero jogar pedrinhas na água e ter tempo para olhar as ondas que elas formam.
Quero achar que as moedas de chocolate são melhores do que as de verdade, porque podemos comê-las e ficar com a cara toda lambuzada.
Quero ficar feliz quando amadurecer o primeiro caju, a primeira manga ou quando a jabuticabeira ficar pretinha de frutas.
Quero poder passar as tardes de verão à sombra de uma árvore, construindo castelos no ar e dividindo-os com meus amigos.
Quero voltar a achar que chicletes e picolés são as melhores coisas da vida.
Quero que as maiores competições em que eu tenha de entrar sejam um jogo de bola de gude ou uma pelada.
Quero voltar ao tempo em que tudo o que eu sabia era o nome das cores, a tabuada, as cantigas de roda, a "Batatinha quando nasce..." e a "Ave Maria" e que isso não me incomodava nadinha, porque eu não tinha a menor idéia de quantas coisas eu ainda não sabia.
Quero voltar ao tempo em que se é feliz, simplesmente porque se vive na bendita ignorância da existência de coisas que podem nos preocupar ou aborrecer.
Quero acreditar no poder dos sorrisos, dos abraços, dos agrados, das palavras gentis, da verdade, da justiça, da paz, dos sonhos, da imaginação, dos castelos no ar e na areia.
Quero estar convencido de que tudo isso... vale muito mais do que o dinheiro!

quarta-feira, 11 de maio de 2011




A RAZÃO DE SE TOMAR REFÚGIO


Refúgio significa “proteção”. Tomar refúgio é colocar-se sob uma proteção. Em sua natureza original, nosso espírito é puro, livre e feliz. Entretanto, nós desconhecemos essa natureza original, em especial pelo jogo das “emoções conflituosas”, como: o desejo, o apego, a possessividade, a aversão, o ódio, o ciúme, a obscuridade mental, etc.

Essas emoções conflituosas são condicionamentos impressos em nosso espírito desde tempos sem começo e sobre os quais praticamente não temos controle algum. Elas são a raiz de nosso sofrimento, de nossas angústias e frustrações, levam-nos a agir de forma a gerar nosso próprio sofrimento, por meio do Karma negativo. Não somos, pois, livres em nosso destino, somos impotentes para preservarmo-nos do sofrimento e da ilusão. Por isso remetemo-nos a essa realidade transcendente que são as Três Jóias: O Buda, o Dharma (seus ensinamentos) e a Sangha (a comunidade).

Tomar refúgio, entrar na via do dharma é, assim, situar-se sob uma dupla proteção:

- temporária: pelo poder das Três Jóias, somos protegidos dos sofrimentos cuja semente semeamos no passado e que reencontramos agora ao longo de nossa vida;

- definitiva: aprendemos a conhecer de que maneira as emoções conflituosas são-nos prejudiciais e, depois a desprender-nos das mesmas, recobrando nossa pureza original, as felicidades autênticas, independentes das circunstâncias que nos são inerentes.


Por que as Três Jóias possuem essa capacidade de proteger-nos que nós mesmos não possuímos?


O Buddha libertou-se das emoções conflituosas e do Karma e possui a onisciência do Despertar. Nele, todos os defeitos desapareceram e todas as qualidades da pureza do espírito desabrocharam. É infinitamente superior a nós, e por essa razão tomamo-lo como refúgio. O Buda mostra o caminho que conduz ao fim do sofrimento. Sua maneira de guiar-nos é ensinando-nos o Dharma, cuja prática nos conduz à liberação. Por último a Sangha - os que praticam o Dharma e o transmitem a outros - nos ajuda em nossa progressão.


Eis o motivo pelo qual o Buddha, o Dharma e a Sangha são nossos três refúgios.


Em quem tomamos refúgio?


Qualquer que seja a escola do Budismo a que estejamos ligados tomamos refúgio em primeiro lugar nas Três Jóias. O Buddha, o Dharma e a Sangha, também chamados de os Três Raros e Sublimes.



BUDDHA

Talvez estejamos acostumados a pensar no Buddha simplesmente como um ser humano semelhante a nós mesmos, que viveu há seis séculos antes da nossa era. Isso não é falso, porém ele é muito mais do que isso. Quando imaginamos a totalidade do que realmente ele é, consideramos três aspectos, três modalidades de seu ser, que denominamos os três corpos:

- O Corpo Absoluto (Dharmakaya): está além de todas as características. Não tem forma, princípio ou fim, não mora em lugar algum. Não pode ser designado por nenhuma palavra, concebido por nenhum pensamento. Entretanto, não é uma simples ausência de algo, pois dele surgem às aparências.

- O Corpo de Glória (Samboghakaya): é a manifestação do Buddha sob uma forma luminosa, nos campos puros.


- O Corpo de Emanação (Nirmakaya): é a manifestação do Buddha sob uma forma comum. O Buddha como ser humano refere-se a esse corpo de emanação.

Embora as qualidades do Buddha sejam infinitas, três delas são consideradas como principais: o conhecimento, o amor e o poder.

Conhecimento e Amor, apesar de sua grandeza, seriam ainda insuficientes se o Buddha não possuísse também o Poder de nos ajudar. Esse poder manifesta-se particularmente através do ensino que nos dá sobre o caminho da Liberação. Dessa forma, dissipam-se os sofrimentos presentes e suprimem-se as causas de sofrimentos futuros. Pela prática do Dharma, que é a manifestação do poder do Buddha, avançamos no caminho da felicidade até o Despertar.



Dharma

É o caminho ensinado pelo Buddha. Distinguem-se dois aspectos:
- O Dharma das escrituras: os ensinamentos que foram deixados por escrito, assim como os comentários redigidos por mestres indianos ou tibetanos;

-O Dharma da realização: as realizações advindas, efetivamente, do espírito dos grandes seres ou dos seres comuns, graças à prática ensinada.


A Sangha

Todos os que seguem os ensinamentos do Buddha constituem a Sangha, ou seja, a comunidade. Entretantanto, distinguem-se dois graus:
- A Sangha Superior, constituída pelos seres que obtiveram diferentes níveis de altas realizações, sejam Bodhisattvas, Shravakas ou Pratyekabuddhas;

- A Sangha Comum.

É fundamentalmente na Sangha superior que se toma o refúgio.

Essas Três Jóias são denominadas os “Três Raros e Sublimes”, porque é muito raro que apareçam no mundo e são superiores a tudo.



As Três Raízes

No Vajrayana, o ramo mais difundido do budismo no Tibet, agrega-se às Três Jóias outros três refúgios as “Três Raízes”:

- os Lamas, raiz da graça;
- os Yidams (divindades de meditação), raiz das realizações;
- os Protetores, raiz da atividade.

No Vajrayana, considera-se que para realizar a natureza última do espírito é necessário seguir a um LAMA, um mestre espiritual que mostra o caminho, confere iniciações, dá instruções e de quem recebemos a graça, o poder espiritual. Em seguida, praticamos as meditações em relação aos Yidams, que permitem obter a realização sublime (a realização da natureza última do espírito) e as realizações ordinárias (longa vida, mérito, diferentes poderes). Por último, dado que a prática do DHARMA encontra numerosos obstáculos, remetemo-nos às divindades chamadas PROTETORES, para evitar esses obstáculos e estabelecer as circunstâncias favoráveis.


A Cerimônia

A tomada de refúgio realiza-se durante uma cerimônia simples e rápida que implica em uma participação ativa de todos os aspectos de nossa personalidade: nosso corpo, nossa palavra e nossa mente. Essa participação confere uma grande força, um grande impulso, um caráter de seriedade e profundidade ao nosso compromisso espiritual. Dado que no campo relativo todas as aparências são o jogo de sua interconexão, existe necessariamente uma ligação entre o que se realiza formalmente e o sentido profundo do que é realizado. O ritual permite a passagem de uma graça, de uma corrente de força espiritual que penetra nosso espírito. Eis o motivo pelo qual é necessária a cerimônia.

Seu desenvolvimento é muito sóbrio. Aquele que toma refúgio afirma o seu compromisso, repetindo três vezes a fórmula de refúgio. Em seguida, o LAMA corta uma mecha de cabelo, dá-lhe um nome do Dharma e oferece-lhe um cordão de proteção.


A mecha de cabelo é o sinal de nossa consagração ao Dharma. Simboliza o fato de que renunciamos ao nosso modo de ser ordinário e que entramos pela porta do caminho de BUDDHA.


O cordão de proteção representa a graça do Buddha que a partir desse momento nos acompanha.


O nome identifica-nos como tendo entrado no caminho da Liberação. Refere-se sempre a uma ou várias qualidades do Despertar.



Os Preceitos

Tomar refúgio significa engajar-se no caminho da Liberação. Esforçamo-nos, desse modo, em respeitar um certo número de preceitos que nos ajudarão a progredir. Esses preceitos repartem-se em três grupos:

As três coisas a evitar:


- Tendo tomado refúgio no Buddha, não mais buscamos proteção das divindades deste mundo, ou seja, os espíritos das águas, das montanhas, da terra, etc.
-Tendo tomado refúgio no Dharma, evitamos toda atividade que possa ser prejudicial aos seres.
-Tendo tomado refúgio na Sangha, evitamos a proximidade dos “maus amigos”, aqueles que criticam vivamente o Dharma ou cuja conduta é muito negativa.


As três atitudes a adotar são:

- Tendo tomado refúgio no Buddha, respeitamos o que representa: pinturas, estátuas, fotos, etc.

- Tendo tomado refúgio no Dharma, respeitamos os textos sagrados.


- Tendo tomado refúgio na Sangha, respeitamos todos os seus membros, todos aqueles que ingressaram no caminho do Buddha, todos aqueles que são os detentores dos ensinamentos.


Os três preceitos gerais:

Esforçamo-nos:
- em aceitar a cada dia a prece de refúgio, com confiança e sinceridade; - em fazer oferendas de coisas belas às Três Jóias.

Esses preceitos são muito singelos e podem parecer simplistas. No entanto, são profundos, e se os cumprirmos veremos quão benéficos são.

Por outro lado, é claro que tomar refúgio não significa em absoluto repelir as outras religiões, nem considerá-las inferiores. A atividade do Despertar para o bem dos seres é extremamente vasta e utiliza numerosos métodos para ajudá-los, tanto no plano temporal como no plano último. Eis porque se manifesta através de numerosas tradições, todas elas merecendo o nosso respeito.

Conclusão

Se a tomada de refúgio se reveste de tão grande importância é porque não podemos encontrar, neste mundo, uma proteção mais eficaz contra o sofrimento que as Três Jóias, não somente no plano da libertação, como também no das dificuldades e angústias cotidianas. Diz-se que aquele que toma refúgio não mais renascerá nos mundos inferiores, não se engajará em falsos caminhos espirituais e, finalmente, se livrará do ego, raiz de todo o sofrimento.

(Ensinamentos ministrados em Mirik, monastério de Bokar Rinpoche, na Índia, em julho de 1989. Traduzido para o francês por Tcheuky Sengue e para o português por membros do Centro Budista Tibetano Kagyu Pende Gyamtso, a partir da tradução francesa).

KTC - Karma Theksum Chokhorling Estrada dos Bandeirantes, nº 25636 - Vargem Grande Rio de Janeiro - RJ - Brasil - CEP 22785-092

domingo, 8 de maio de 2011

Buda da Medicina


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“Se alguém realiza a meditação do Buddha da Medicina, eventualmente poderá atingir a Iluminação, mas, enquanto isso não acontece, esta pessoa experimentará um grande aumento na sua capacidade de cura tanto para si próprio como para outros, assim como uma significativa diminuição de doenças de ordem física, mental e de sofrimento”

– Lama Tashi Namgyal

Depois eu até volto e escrevo algo pessoal a respeito do Buddha da Medicina. Por enquanto, copio e colo este texto que encontrei na rede. Logo abaixo, relaciono seus 12 Votos.

As práticas do Buddha da Medicina (Bhaisajyaguru, em sânscrito, e Sangye Menla, em tibetano) eliminam os venenos da mente, responsáveis por toda ordem de sofrimentos que experimentamos. Ainda no clima desta semana de Saka Dawa, estou participando de um mini-retiro (serão 4 dias, mas só estarei por lá hoje) para trabalhar coletivamente com esta energia de cura para mim mesmo e todos os seres sencientes. Que todos possam se beneficiar!

O Buda da Medicina é um Ser completamente iluminado. Para entender quem ele é, qual é sua natureza, qual é sua função, e assim por diante, primeiro precisamos entender o que é um ser iluminado. Geralmente, “ser” significa alguém que experiencia sensações agradáveis, desagradáveis ou neutras. Portanto nós somos seres, animais são seres; mas casas e plantas não são seres porque não experienciam sensações. Há dois tipos de seres: seres sencientes e seres iluminados. Um ser senciente, ou um ser vivo, é um ser cuja mente é atormentada pela escuridão da ignorância. Um ser iluminado é um ser completamente livre da escuridão da ignorância.

Assim como os seres sencientes têm muitos diferentes aspectos, os seres iluminados também. Seres iluminados emanam incontáveis diferentes formas para beneficiar os seres vivos. Algumas vezes aparecem como Deidades, às vezes como humanos, às vezes como não humanos. Às vezes aparecem como professores budistas, às vezes como professores não-budistas, às vezes como pessoas loucas ou pessoas más e, às vezes, como objetos inanimados. Emanações de seres iluminados permeiam o mundo todo, mas porque nossa mente é coberta pela ignorância, não os reconhecemos. Não podemos dizer quem, ou o que, é uma emanação de Buda.

Buda da Medicina é um Ser Iluminado que tem compaixão imparcial por todos os seres vivos. Ele protege os seres vivos de doenças físicas e mentais e outros perigos e obstáculos e os ajuda a eliminar os três venenos: apego, ódio e ignorância – que são a fonte de todas as doenças e perigos. Ele é o Buda Médico.

Uma vez Buda Shakyamuni estava num lugar chamado Vaishali com 36 mil discípulos Bodhissatvas. Naquela época Manjushri aparecia como um discípulo Bodhissatva. Por sua compaixão Manjushri realizou que no futuro o Budadarma iria degenerar e os seres deste mundo teriam dificuldades de praticar o puro Darma e alcançar realizações. Ele entendeu que seria muito difícil para esses seres controlar suas mentes e, por isso, cometeriam ações negativas tais como matar,roubar e sustentar visões errôneas. Como resultado, experienciariam horríveis doenças e insuportáveis sofrimentos mentais. O mundo seria pleno de problemas, perigos e adversidades. Pensando em todos esses sofrimentos, Manjushri perguntou a Buda:

“No futuro, quando o Darma, e a prática espiritual em geral, estiverem em declínio, quando os seres humanos neste mundo estiverem empobrecidos espiritualmente, quando seus apegos, raiva e ignorância forem tão fortes e difíceis de controlar e por isso experienciarem continuamente dor mental, medo, perigos e especialmente muitas doenças incuráveis, quem irá libertá-los desses sofrimentos e protegê-los desses perigos? Quem os ajudará a superar os três venenos mentais?”

Em resposta à pergunta do Bodisattva Manjushri, Buda expôs o Sutra Oito Mil Versos Essência da Revelação das Instruções sobre o Buda da Medicina. Muitos seres ouviram esses ensinamentos. Além dos 36 mil discípulos Bodissatvas humanos, milhões de outros Bodissatvas vieram de muitas Terras Puras, juntos com seres de outros reinos tais como nagas, fazedores de mal ou yakshas. A essa vasta assembléia de discípulos, Budas explicou tudo sobre o Buda da Medicina – suas qualidades especiais, suas Terras Puras e como, no futuro, confiando neste Buda e, só de ouvir seu nome, seres vivos seriam curados de pesadas doenças físicas e mentais, especialmente das doenças das delusões. Ele também explicou como fazer conexões com esse Buda, os benefícios de confiar nele e como praticar as instruções do Buda da Medicina.

Enquanto Buda estava expondo esses ensinamentos, Manjushri percebeu, com sua clarividência de conhecer as mentes dos outros, que alguns dos humanos e deuses na audiência estavam duvidando, achando difícil de acreditar na explicação de Buda sobre a existência do Buda da Medicina. Então ele levantou-se de seu assento, respeitosamente rodeou Buda três vezes, fez três prostrações e com seu joelho esquerdo sobre o solo, de acordo com a tradição, perguntou a Buda:

“Para remover as dúvidas das mentes dos discípulos, por favor mostre claramente que esse Buda existe, onde ele vive e quais são suas boas qualidades”.

Buda imediatamente entrou em profunda concentração, e de seu coração emanou raios de luz convidando os Sete Budas da Medicina a Vaishali de modo que cada um pudesse vê-los. Buda da Medicina veio com seus dois principais discípulos, Radiância de Sol e Radiância de Lua, bem como um vasto séquito de milhares de discípulos. Os outros cinco Budas da Medicinas também vieram com seus séquitos. Todos puderam ver os sete Budas da Medicina com seus séquitos diretamente e suas dúvidas foram imediatamente eliminadas. Buda apresentou cada um dos Budas, dizendo ” Este é o Buda da Medicina. Ele vem da terra pura chamada Terra Pura do Lápis Lazúli. Essa Terra de Buda tem a natureza de sabedoria com o aspecto do lápis lazúli. O solo inteiro dessa Terra Pura é iluminada pela luz deste Buda” e assim por diante.

Buda então deu instruções de como recitar o mantra para si mesmo e para os outros, para doentes e os que estão morrendo, e assim por diante e de como fazer muitos rituais de cura. Todos se regozijaram e desenvolveram profunda e inabalável fé. É dito que ouvindo essas instruções, sete milhões de não-humanos “fazedores de mal” obtiveram a realização direta da verdade última e prometeram ajudar os seguidores que confiassem sinceramente na pratica do Buda da Medicina. Doze l “fazedores de mal” que estavam presentes, mais tarde, alcançaram a Iluminação e foram incluídos entre as 51 Deidades do Mandala do Buda da Medicina.

A prática do Buda da Medicina é um método muito poderoso para curar nós mesmos e os outros e para superar a doença interior do apego, ódio e ignorância. Se confiarmos no Buda da Medicina com pura fé definitivamente receberemos as bênçãos dessas realizações.

- Fonte: Centro Budista Kadampa Vajrapani – Indaiatuba

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Os 12 Votos do Buddha da Medicina

  1. Obter o corpo-forma de Buda em vidas futuras;
  2. Conseguir erradicar a escuridão da ignorância de sua mente;
  3. Ser dotado com vida inesgotável;
  4. Ser capaz de conduzir os seres pelos caminhos mahayana;
  5. Ser capaz de restaurar as quebras de disciplina moral dos outros seres;
  6. Ser capaz de renascer sob qualquer forma desejada;
  7. Apaziguar todas as visões errôneas e maras;
  8. Ser capaz de libertar outros da prisão;
  9. Ser capaz de conduzir pessoas más aos caminhos espirituais;
  10. Ser capaz de aliviar os seres dos infernos quentes com uma brisa fresca, e os dos infernos gelados irradiando calor;
  11. Ser capaz de realizar os desejos dos outros e libertá-Ios de doenças fisicas e mentais;
  12. Renascer numa terra pura no futuro.

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OM NAMO BAGA WATE BEKA DZE GURU BE DURIA PRABA RADZAIA
TATA GATAIA ARHATE SAMIAK SAMBUDAIA

TAIATA OM BEKA DZE BEKA DZE MAHA BEKA DZE RADZA SAMUDGATE SOHA

“Refugio-me no Buda da Medicina de Radiância Azul Celeste, o Merecedor de Oferendas, o Dotado de Consciência Iluminada Universal e Absoluta, o Sagrado, com a intenção de fazer cessar desastres e ganhas benefícios”.


sexta-feira, 6 de maio de 2011

Vajrakilaya




Vajrakilaya, ou Kila, significa algo afiado e que perfura — uma adaga, basicamente. Uma adaga que é tão afiada que pode perfurar qualquer coisa, enquanto ao mesmo tempo nada pode perfurá-la. Essa é a qualidade. Esta energia afiada e perfuradora é o que é usado para praticar, e dentre os muitos e infinitos métodos do Vajrayana, acontece que este é um dos métodos mais importantes.

Vajrakilaya é uma das divindades mais populares para destruir obstáculos. Guru Rinpoche atingiu a iluminação através da prática de Yangdag Heruka, mas primeiro ele praticou Vajrakilaya para limpar ou remover os obstáculos; e então, através disso, ele praticou o resto e atingiu o que quer que quisesse atingir. Logo, Vajrakilaya é conhecido por remover os obstáculos.

Vajrakilaya também é conhecido como sendo a corporificação de todas as atividades do Buddha. Às vezes, quando falamos de Vajrakilaya, falamos dele como sendo a forma irada de Vajrasattva. Há muitos, muitos grandes mestres, tanto na Índia quanto no Tibet, mas especialmente no Tibet, que praticaram Vajrakilaya, especialmente na linhagem Nyingma, entre os Kagyüpas e também dentre os Sakyapas, Tsarpa e Ngorpa. A principal divindade dos Sakyapas, além de Hevajra, é Vajrakumara ou Vajrakilaya. Nestes dias, uma das principais práticas de Sua Santidade Sakya Trizin é a de Vajrakilaya.

Vajrakilaya não é apenas uma simples divindade. Há um caminho completo, desde o Ngöndro até a meditação de desenvolvimento e a meditação de completude, tudo. Ele tem um caminho completo dele. Há muitos ensinamentos de tesouros baseados em Vajrakilaya. Por exemplo, há ensinamentos de tesouros de Jigme Lingpa, Ratna Lingpa e Nyangrel Nyima Özer. Não há apenas ensinamentos de tesouros, efetivamente há também a [linhagem] indiana; assim como há o Hevajra Tantra, há um Vajrakilaya Tantra. Jamyang Khyentse Wangpo, Sua Santidade Dilgo Khyentse Rinpoche, Dudjom Rinpoche, quase todos os grandes Lamas, especialmente dentro das tradições Kagyü e Nyingma, têm a sua própria prática da sadhana de Vajrakilaya.

Quando falamos sobre Vajrakilaya, falamos sobre quatro tipos de adaga: adaga da substância, adaga da compaixão, adaga da bodhichitta e adaga da sabedoria. [Quanto à] adaga da substância, nós efetivamos fabricamos a p'hurba, que é a substância. Nós a fazemos com uma qualidade muito especial de madeira ou ferro, e a abençoamos com as cerimônias, bênçãos e visualizações adequadas. Nós a mantemos e a usamos principalmente para perfurar os obstáculos externos. A adaga da compaixão é basicamente a prática da compaixão e o objeto que a adaga deve cravar, o objeto a cravar, são os seres sencientes. Você tem que colocá-la sobre os seres sencientes. E há a prática da bodhichitta, a adaga da bodhichitta, e essa é uma outra forma de praticar principalmente a bodhichitta relativa e a bodhichitta última juntas. Cravamos esta adaga sobre os métodos. Sabedoria e método, método é o objeto. Esse é o complicado. E então, por último, a adaga mais importante é a adaga da sabedoria. Essa adaga, a sabedoria, é todo o ensinamento do Atiyoga, como os ensinamentos de Dzogchen, e esta sabedoria é cravada sobre a ignorância. Esta é quarta.

Durante o puja, definitivamente tentamos incluir todas elas através de visualizações, através de mantras e através de mudras. Acredita-se que o próprio Guru Rinpoche disse — e este não é algum discurso de um ser humano comum — que onde quer que o puja de Vajrakilaya é feito, até mesmo esse lugar se tornará auspicioso, livre de todos os tipos de sofrimento externo, interno, especialmente interno e secreto. Aqueles que estão indireta ou diretamente conectados a Vajrakilaya certamente têm uma conexão com Vajrakilaya e, gradual ou imediatamente, todos os seus obstáculos serão dissipados e o resultado último, que é o estado de Vajrasattva, pode ser obtido muito em breve.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Reiki






A prática do reiki é mencionada no Sutra do Lótus: no tempo de Buddha Shakyamuni, seu primo Devadhata, de caráter invejoso e ciumento, em certo momento adoece. Ao visitá-lo, Buddha profere: “Que Buddha sendo realmente um perfeito Buddha e seus ensinamentos a perfeita sabedoria, seja capaz de curar plenamente espírito e corpo”. Buddha estende as mãos sobre a cabeça de Devadata com imensa compaixão e o cura completamente. Neste momento, nasce o Reiki.

Fonte: Centro de Dharma da Paz Shi De Choe Tsog