domingo, 31 de maio de 2009

Meninos do Zaire


OS MENINOS DO ZAIRE


Assisti a um documentário sobre a África, uma história que ocorreu no Zaire. Houve uma guerra civil em 1987 em decorrência de disputa ao poder entre as tribos, foram perseguidos os meninos da população. Foram ameaçados todos os meninos entre cinco a dezesseis anos, de morte por fogo ou seus testículos seriam furados com uma agulha, a fim de os tornarem estéreis quando adultos.

Diante dessa ameaça dos militares, cerca de 12.000 crianças e adolescentes do sexo masculino se refugiaram rumo a Etiópia, sem proteção, comida ou água para beber.

Longas filas de meninos famintos caminharam pelas selvas, pelas savanas e pelos desertos. Muitos morreram pelo caminho de fome, sede ou atacados pelos animais ferozes. Os mais velhos se responsabilizavam dos mais novos. Eles mesmos enterravam os que morriam pelo caminho. Na falta de comida ou de beber se alimentavam de barro e de urina.

Enfim foram recebidos na Etiópia, num acampamento para refugiados de uma ONG.

Depois de alguns anos na Etiópia, eles foram obrigados a mudar para Quênia nas mesmas condições. As condições dos acampamentos eram precárias. Havia dias que não tinham comidas. Recebiam educações básicas. Quando não tinha o que comer, eles reuniam debaixo das árvores e passavam o tempo conversando, contando histórias, um tentando ajudar o outro. Eles eram uma família só, pois havia perdido tudo, inclusive família. Eram como todos os irmãos. A convivência era incrìvelmente pacífica.

Os adolescentes se tornaram adultos. Então, os USA resolveu ajudar alguns dos meninos. Foram sorteados alguns para ir morar nos USA. Receberam moradia, roupas e alimentos por três meses, até eles arrumarem o emprego.

Cada um se esforçou a sua maneira. Estudo era obrigatório. Muitos trabalhavam em vários empregos p mandar ajuda p familiares, na terra natal, encontrados com muito custo. Aos poucos os meninos foram se adaptando a vida nova, num país estranho.

Até hoje eles lutam pelo reconhecimento da sua própria história e do seu povo. Ninguém liga para África, ninguém conhece a história dos 12.000 meninos refugiados, sem família. Alguns voltam para a pátria, na esperança de ajudar o seu povo. Outros chamam a sua família para os USA para lhes dar um pouco de conforto.

O que mais me emociona nessa triste história, é a tenacidade dos meninos, a sua humanidade, sua solidariedade, preocupação constante com os seus entes próximos.



Regina Rieko Kishi

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